quinta-feira, abril 12, 2012

Quem Perdeu?

Tape seus olhos. Não quero que você enxergue o que eu tenho que te fazer enxergar. Sinto como se o "nosso" mundo tivesse sido infectado. Infectado por um vírus que ora me fazia bem, ora me fazia mal. Talvez hoje, meus sonhos e meus pensamentos, meus dias e meus sentimentos, sejam inteiramente MEUS. Eu torcia para que o Tempo me convencesse de que eu estava certa ou que me mostrasse que você estava errado, mas nada disso aconteceu. 

Libertei-me das tuas palavras tão bonitas e tão vazias que alimentavam a minha falsa esperança, enxerguei as atitudes que me revelaram a verdadeira realidade na qual me encontrava... desmoronei os castelos que eu mesma criei. Tive medo... medo de Perder, de te perder, de me perder, mas no final meu doce amor, você me perdeu. Não para outrem, mas para você mesmo. E nesta confusão, o que mais me entristece é perceber que não estou tão triste quanto tinha certeza que ficaria, o silêncio que não grita dentro de mim, me parece tão desconfortável quanto barulhento. É triste saber que não serei mais a mesma, pois quem fui ontem sumiu e o que sou hoje é resultado de quem lutou até o último momento para não permitir que tudo terminasse.

Despachei a saudade que me prendia a você, pois se era recíproco você não demonstrava. Já não lembro mais das poucas vezes que me disse "eu te amo" pois me soam como piadas de mau gosto. Sua voz o vento levou para lugares distantes e o seu rosto é uma imagem distorcida daquilo que um dia me iludiu. Meu coração sente não propriamente a sua falta, mas a dor de ter tanto amor semeado esperando que você cultivasse... esperando, sempre esperando.

Para mim, não vale a pena declarar "você morreu", isto seria admitir que tudo isto nem existiu, declaro apenas: "assunto encerrado", vida que segue, aprendizado que fica e lição que prevalece: desapeguei-me.

Por isso querido coração, me desculpe por todos os danos que lhe causei neste período em que estive enganado.

Ass.: Cérebro.

terça-feira, março 13, 2012

Arriscar

Essa palavra às vezes nos assusta porque envolve abrir mão do que é certo e seguro... do que é conhecido e que já temos um certo controle... em prol do novo... do desconhecido... e por isso, muitas vezes, escolhemos o conforto do velho, preferindo deixar as coisas como estão, a arriscar por terrenos onde não sabemos o que vamos encontrar...

Quando algo parece que vai nos tirar da nossa zona de conforto, logo buscamos nos proteger nos abrigos conhecidos que já nos acostumamos a usar... nas velhas fórmulas que nos fazem escorregar daqui e dali para não enfrentar o risco que é nos lançar ao desconhecido.
Buscamos nos defender e nos proteger de tudo que supostamente possa nos fazer qualquer mal... nos cercamos de garantias por todos os lados e com isso passamos a vida buscando os mesmos caminhos prontos e conhecidos que, se não nos tiram do ciclo vicioso de repetições, pelo menos nos dão uma falsa ilusão de segurança.

Sempre diante dos perigos que ameaçam nossas rígidas estruturas corremos para nos proteger, nos abrigos conhecidos e seguros... dos nosso conceitos e quebrar esses conceitos pode ser a chave que você tanto busca... aquela que vai abrir a porta da liberdade.
Nesses abrigos que criamos... evitamos entrar em contato com nossos medos, nossas culpas... nossas dores... sem perceber que para isso limitamos cada vez mais nossas vidas. Tentamos esconder o que não tem como ser escondido...

E quando é assim, a própria vida se encarrega de nos tirar dessa zona de proteção que criamos para revelar o que tentamos esconder... e volta e meia nos coloca em situações sob as quais não temos nenhum controle... nessas horas de uma forma ou de outra nos vemos frente ao desconhecido...
Essas situações quando chegam nos dão a sensação de fomos lançados ao mar bravio, sem um barco ou sequer uma bóia para nos segurar, e tudo que tentamos controlar, vai por água abaixo... Isso acontece geralmente porque estamos a todo custo tentando impedir as mudanças que clamam por acontecer.

Se não permitimos essas transformações tão necessárias, se continuamos a negar e esconder a nossa dor... nossos medos... culpas... vamos passar a vida gastando uma grande quantidade de tempo e dinheiro e energia pintando, com tintas caras e sofisticadas... uma parede com infiltração, ela fica bonita até o tempo em que outra mancha revela o problema e destrói a pintura... e assim vai ser até o dia que decidimos ir mais fundo e resolver o problema pela raiz.

Quando percebemos que manter as coisas sempre sob controle tem um custo muito alto que envolve a nossa liberdade... só nos resta arriscar e ir além... entendemos que, quem não se arrisca pode ficar sempre preso ao previsível e cada vez mais limitado mundo que nos oferece nossos conceitos... se não nos lançarmos em outros territórios vamos ficar só com o que já temos...


E se isso não está te fazendo feliz...

Muitas vezes deixamos de fazer coisas para nos proteger do que não precisa ser protegido... porque o único perigo está nos conceitos que temos baseados em memórias equivocadas do passado e não é uma ameaça real.

Abra o coração... as portas e janelas para a vida!

quarta-feira, dezembro 28, 2011

No Ano Novo, um novo "Você" para o Amor

Quem já se relacionou, sabe: poucas experiências na vida são tão complexas quanto as que envolvem as questões do coração. Por isso, o melhor mesmo é que aprendamos a reconhecer nossos muitos e adversos sentimentos e a lidar com eles da forma mais equilibrada possível. Um verdadeiro malabarismo, mas que vale a pena ser treinado.

Além disso, sou da opinião de que, por mais difícil que possa ser ou parecer, jamais devemos desistir. Relacionar-se com o outro, exercitar a comunicação e se permitir vivenciar a intimidade são oportunidades imperdíveis para nos tornamos melhores, muito melhores.

Entretanto, para que consigamos usufruir todas essas possibilidades, precisamos ficar atentos. Quanto mais consciência, mais resultado. Quanto mais autopercepção, mais excelência. Quanto mais nos damos conta do quanto a dor é um convite à evolução, mais rapidamente passamos por ela e menos vezes precisamos repetir a mesma lição.

O tempo passa, os anos avançam e, no final das contas, tudo o que queremos é mais felicidade e mais acertos, especialmente da flecha do cupido. Sendo assim, sugiro que você comece por si mesmo. Afinal, nenhuma outra mudança real é possível além desta - a mudança pessoal.


Que venha 2012!


Muita paz, luz, felicidade e realizações a todos!

domingo, dezembro 11, 2011

Você escolhe ou é escolhido?

Que a vida é feita de escolhas, não resta dúvida. Escolhemos a todo o momento, seja consciente ou inconscientemente. Inclusive, até a decisão, também consciente ou não, de não escolher, é uma escolha. E algumas vezes, uma das mais perigosas!

Acontece que, por falta de autoconhecimento ou até mesmo por medo de descobrir que o momento é de espera e de não saber lidar com a ansiedade que esta expectativa provoca, muitas pessoas se deixam escolher e depois simplesmente se lamentam pelas conseqüências, como se nada pudessem ter feito.

Quando se trata de relacionamentos amorosos, a preferência por se deixar escolher é mais frequente do que imaginamos. Talvez seja a razão por que tantas pessoas se dão conta, depois de algum tempo, do quanto poderiam ter evitado algumas catástrofes emocionais, se tivessem sido mais imperativos no momento da escolha, se tivessem dado ouvidos à sua intuição ou aos sinais que a vida mandou... Porque ela sempre manda!

Sim, é verdade que existe um dito popular avisando que quem muito escolhe acaba escolhido. Entretanto, o lembrete serve para nos alertar sobre o excesso de críticas, o orgulho exagerado ou a análise que paralisa, que impede a tomada de decisão.

Ou seja, o ideal é aprender a calibrar o coração para que não haja nem negligência no ato de decidir se é hora de exercitar o amor ou de esperar, nem um medo sem sentido de tentar de novo. Pessoas carentes demais, que aceitam qualquer relacionamento para aplacar seu pavor de ficar só e ter de encarar a si mesmo e suas limitações, certamente, vão terminar e começar relações sem se questionarem qual o aprendizado, qual o amadurecimento para um futuro encontro que seja mais satisfatório e harmonioso.

Por outro lado, pessoas críticas demais, orgulhosas demais ou que morrem de medo de se entregar a uma relação e vir a sofrer, também pagarão um preço alto, muitas vezes amargando a solidão e se privando da alegria e do privilégio de vivenciar o amor.

Minha sugestão é para que você, em primeiro lugar, tenha muito claro para si o que realmente deseja viver quando o assunto é amor. O que tem para oferecer? Quanto se sente preparado para lidar com as dificuldades que vêm à tona num relacionamento, sejam elas ciúme, insegurança, falta de auto-estima, ausência do outro, diferenças de ritmo, etc.? Quanto já aprimorou sua habilidade de se comunicar, de falar sobre o que sente, o que quer e, principalmente, de ouvir o outro e tentar uma conciliação sempre que necessário?

Depois, com um mínimo de autoconhecimento, sugiro que você se questione e reflita sobre sua noção de merecimento e crenças. Quanto você realmente acredita que merece viver um amor baseado na confiança, na lealdade e na intensidade? Quanto você realmente acredita que possa existir um amor assim? Pode apostar: se você não acredita nesta possibilidade, dificilmente vai viver uma relação que valha a pena, simplesmente porque esta opção não faz parte do seu universo, do seu campo de visão.

E, por último, mais do que ansioso ou distraído, mantenha-se tranqüilo e seguro de que o amor acontecerá no momento certo. Nem antes e nem depois. Não é preciso que você busque desesperadamente. Apenas viva a partir do que existe de melhor em você e permaneça presente, atento ao que acontece ao seu redor. E todo o universo estará conspirando a seu favor, porque, afinal de contas, nascemos para amar e sermos amados.

domingo, outubro 09, 2011

Aprendendo a Ser Paciente

A paciência é uma das maiores virtudes da vida, e também uma das mais difíceis de se cultivar. Quando desejamos algo, é natural que nossa ansiedade nos faça querê-lo imediatamente.

E, quando se trata da busca espiritual, não é diferente. Muitas pessoas se impacientam porque, ao praticar a meditação algumas vezes, nada de extraordinário lhes acontece.

O problema é que a ansiedade e a busca por resultados é o principal entrave para que possamos entrar em contato com nossa natureza divina. Ela habita um espaço de paz e serenidade absolutas, onde a impaciência jamais encontra lugar.

Desenvolver um estado de relaxamento, onde a paciência e a perseverança na busca do equilíbrio interior, sejam uma atitude permanente, não é nada fácil, quando ainda vivemos totalmente dominados pelo ego.

É ele quem nos leva a traçar metas e ambicionar por resultados, mesmo na busca por elevação espiritual. Enquanto não nos desvencilhamos deste condicionamento, é impossível encontrar o que buscamos.

O passo essencial é entregar-se ao processo em total confiança, mantendo-se totalmente receptivo ao que a existência quiser nos oferecer, mas sem criar expectativas antecipadas.

Observar a mente, e as suas tentativas de nos fazer desistir, é algo muito útil, pois a partir deste exercício começamos finalmente a nos libertar da escravidão em que ela nos coloca.